segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O NÓ

A vida anda agitada e ao mesmo tempo parada. A agitação interna é maior.

A terapia me ajuda a enxergar muitas coisas mas ainda sou resistente a outras, ainda resisto ao modo individualista das pessoas, ao modo como as pessoas passam rasteiras nos outros e acham a coisa mais natural do mundo, ainda me indigno com coisas que não posso mudar e fico admirada ao ver atitudes que desaprovo acontecendo da forma mais natural possível.
Eu não posso mudar tudo e o mundo não pode ser como eu quero.

Hoje a pedra do sapato foi o meu chefe, que anda cometendo inúmeros furos e eu vou deixando passar, porque ele é meu chefe e não dá para falar tudo. Ainda ter que ouvir ele se justificar como se ele estivesse fazendo certo e não se importando nem um pouco com o seu trabalho não é fácil. Eu sou motivada com o meu trabalho pelo meu trabalho, pelo prazer de ver e contribuir para pessoas se desenvolverem, pelo prazer de ver as pessoas me agradecendo por uma pequena ajuda, por poder ajudar a mais e mais pessoas a crescerem e a tomarem decisões quanto ao se desenvolvimento. Isso me motiva, pois a minha chefia é doente de caprichos, egos e política. Eu sinto nojo dessa chefia que fica tonta diante do caos, mas que mantém a pose diante do rei.

Enfim, a agitação é interna, apenas. Quem me conhece e convive comigo imagina que nada de errado acontece, verbalizo pouco, demonstro pouco. Esse é o jeito escorpiana de ser, não demonstro muito mesmo. As coisas acontecem aqui dentro e por aqui ficam.

A vida é dura para quem busca respostas e eu pergunto demais. No fundo, eu deveria calar mais, perguntar menos e me contentar com as respostas que a vida me dá, sem querer buscar mais respostas às minhas perguntas que não param. É difícil calar isso em mim. Na tentativa de calar o que consigo é aquele incômodo na garganta, como se fosse algo que estive apertando e sufocando. Sinto umas lágrimas de raiva se formando e eu seguro ainda mais. O aperto na garganta continua e eu faço cara de paisagem. Até quanto vou continuar vivendo assim?

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