quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A VIDA

Como uma vida pode ser perder em poucos segundos não é mesmo? Como o destino de uma pessoa pode mudar em tão pouco tempo?


Hoje fiquei sabendo de uma notícia extremamente delicada, difícil e triste. Trata-se de uma adolescente que eu conheço que escondeu a gravidez até os 6 meses ou 7 meses e tentou se matar para não contar para a mãe. Não consegui parar de pensar nisso e na cabecinha dessa menina nesse momento. Não há explicações, não há certo e não há errado. Há apenas uma menina-mulher, atordoada e perdida, com um bebê prestes a nascer.
Eu entendo o desespero que deve ter passado na cabeça dela. A opção de tirar a própria vida ou tirar a vida do bebê é uma decisão exclusivamente pessoal. Não estou dizendo que concordo ou não concordo, mas é uma decisão muito complexa que envolve muitas coisas. Na hora do desespero não se pensa em nada. A vontade de fugir de tudo aquilo supera qualquer razão. As conseqüências parecem muito maiores do que podemos suportar e o ato de tirar uma vida se torna a opção mais rápida e imediata para tanto sofrimento.
Não sei me posicionar se sou contra ou a favor do aborto, sinceramente, não tenho uma posição. As conseqüências de se tirar a vida de alguém, e apropria vida, virão depois e não se sabe ainda o que virá. Só quem viveu isso saberá.
Fiquei triste com a notícia e comovida. Felizmente a menina-mulher está internada em observação. Não sabemos ainda como está o bebê, a única coisa que sabemos é que o coração ainda bate, mas não sabemos se haverão sequelas.
Meus pensamentos hoje estão com essa menina-mulher, toda a positividade que eu puder mandar para ela vou mandar, em pensamento e sentimento. Só quem passa por isso consegue entender quem está passando. Eu espero, do fundo do meu coração, que esta história tenha um desfecho bom. Não tive como não comentar aqui no blog. Foi impossível não me colocar no lugar dela. Fique bem menina-mulher.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

VAMOS DESABAFANDO

A pessoa sabe que você tem família em SP, sabe que você quer se transferir para lá, sabe que seria importante contato profissional por lá, mas só pensa em si própria. Olho por olho e dente por dente, mas eu não consigo entrar nessa guerra. Não sou assim, não adianta. Não consigo pensar só em mim então eu me calo e sofro comigo mesma por conta do egoísmo dos outros e da filha da putisse também. Vamos vivendo e aprendendo. Um dia eu vou para São Paulo. Tudo bem, vai demorar uns milhões de anos, mas eu vou com as minhas próprias pernas. Não quero ajuda de ninguém daqui, não quero ajuda de hipócritas egoístas que só fazem competir, pisar e viver cheios de si mesmo. Eu vou, mas vou com minhas próprias pernas, mesmo que anos se passem e eu continue aqui convivendo com toda essa gente que não merece meu respeito ou minha confiança.

Eu tenho dias de altos e baixos e hoje é um dos dias de baixos. Hoje estou no lado B do meu disco, aquele lado nem tão bom (ou às vezes bem ruim mesmo) mas que faz parte do pacote e a gente vai levando. Ao mesmo tempo que várias ideias maravilhosas me vem na cabeça, planos e até mesmo sonhos (mesmo que eu insista em reprimí-los eles me vem à cabeça) eu não tenho expectativas e só tenho frustrações. Sim, sou pessimista de signo. Embora eu já tenha caminhado muito no meu processo de auto-conhecimento e auto-desenvolvimento eu ainda sou pessimista. Sou mais controlada que antigamente, isso sem dúvidas, sou mais madura também, porém sou mais realista e até mesmo um pouco mais fria diante das possibilidades que a vida me apresenta.

O ano de 2013 é um ano ímpar e sempre na minha vida os anos ímpares foram melhores que os anos pares. Eu gostaria de ter boas surpresas para o novo ano. Eu gostaria que os astros conspirassem a meu favor mesmo quando eu não consigo ser otimista. Estou há muito tempo cansada de muitas coisas que vejo e não tenho como mudar, mas vou levando porque não tenho outra opção a não ser ir levando mesmo. Muitas coisas me fazem muito feliz, muitas coisas felizes me fazem esquecer de tudo o que me aborrece e me faz parar um pouco de pensar tanto. Mas ainda não é pleno e eu não sei quando será ou se algum dia será.

Esse post vai ficar extremamente confuso para quem ler, eu sei. Mas quando eu não estou muito bem eu gosto mais ainda de escrever. Eu gosto mais do que eu gosto normalmente. Isso aqui são minhas memórias. Nem todas são publicáveis, mas não tem problema, o importante é continuar escrevendo para não enlouquecer com a vida louca que se leva. O importante é ter essa válvula de escape para que eu possa colocar aqui tudo aquilo que me faz mal, tudo aquilo que preciso desabafar para quem for ou para ninguém.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SAÚDE PÚBLICA


A saúde não anda bem há muito tempo no nosso país, fato. Mas uma coisa que antigamente era restrita apenas à saúde pública, agora já é bastante comum na saúde privada também. A demora para se conseguir atendimento, seja em emergência seja em consulta marcada.
Se você liga para um médico tentando marcar uma consulta com certeza só vai conseguir horário uns 15 dias depois, no mínimo! Isso se for convênio. Se você disser que é particular eles te encaixam em um horário no dia seguinte. Ter convênio médico hoje em dia já não é mais um grande diferencial quando se trata do assunto “tempo de espera para um atendimento”. Na emergência de um hospital particular, em que você chega e apresenta sua identidade e carteirinha do convênio, você fica pelo menos uma hora esperando ser chamado. Agora eles inventaram a tal da “triagem”, em que você é pré-atendido por um enfermeiro. Acho que isso disfarça o tempo que você fica esperando para ser atendido.
No início de novembro tentei marcar uma nutricionista para mim. Liguei para várias e não conseguia nenhum horário para as próximas semanas. O melhor que eu consegui foi uma consulta para o dia 28/12! E eu espero que ela não desmarque senão terei que esperar quase dois meses novamente para conseguir ser atendida.
É vergonhoso o que se passa no Brasil com relação à saúde. O pior, não há muito o que fazer. Reclamar? Com quem? Adianta? A mobilização de uma pessoa só não vai mudar nada. Tem países que se uma coisa está ruim, o país inteiro se mobiliza, vai para a frente do governo, quebra tudo ou ficam todos pelados. Rapidinho resolvem. Tem países que não deixam mole para essas coisas não. Nós, os brasileiros, já somos diferentes. Estamos acomodados há tantas décadas que as coisas erradas acabaram se tornando normais, então ninguém faz nada mesmo. Eu escuto: “ah, é assim mesmo”. É assim mesmo?! Esse é o padrão?
Me revolto por essas coisas e gostaria que mais pessoas se revoltassem com isso também. Eu gostaria que o país inteiro parasse, que o país inteiro ficasse pelado nas ruas e não trabalhasse. Duvido que não fariam alguma coisa.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

BALANÇO DE ANIVERSÁRIO


Mais um 16/11 se passou e mais um aniversário foi comemorado. Esse ano, como sempre faço, aproveito o feriado que antecede o dia para viajar. Emendei com sexta-feira, catei a Tati e fomos para Paraty, descansar um pouco da agitação da cidade grande e curtir um clima de cidade praiana. Ok, eu moro em uma cidade de praia, mas é completamente diferente rs.
Mesmo com o tempo nublado e chuvoso, aproveitamos muito. Passeamos, compramos, fotografamos, andamos de escuna e de jipe, e aproveitamos para curtir a pousada e momentos a dois (à duas rs). Foi muito bom. O mês de novembro sempre será um mês de comemoração dupla de aniversário, pois meu dia é 16 e o dia da Tati é 27. Logo, a viagem acabou sendo uma comemoração para as duas.
Final de domingo ainda não perdemos a oportunidade de assistir Amanhecer parte 2. Sim! Estava todo mundo comentando na internet sobre esse filme! Eu sou fã da saga, já li os livros e vi todos os filmes, não tinha como esperar para ver esse também. E olha, super valeu, o filme é ótimo! Emocionante!
Depois do feriadão, de volta à rotina normal, fiz uma reunião com os amigos lá em casa. Nada de sofisticado, convidei pouca gente para conversar, rir e comer bolo. De quebra ainda jogamos imagem e ação (esse jogo é oficialmente o jogo do meu grupo de amigos, SEMPRE jogamos isso!) e foi divertidíssimo.
Avisei aos amigos que não queria que gastassem com presentes para mim, mas que ao invés disso, gastassem comprando um quilo de alimento para que eu doasse para quem mais precisa. Todo ano aproveito a data para fazer algo desse tipo. Não acho que preciso de presentes, preciso da cia dos amigos queridos. Presentes quem precisa são os que tem menos que eu. Então, arrecadei alimentos lá em casa e no trabalho. Ainda não sei quanto arrecadei, mas vou contabilizar para divulgar e agradecer.
Balanço de aniversário: estou muito feliz por mais um ano vivido e comemorado. Que venham muitas mais comemorações!



O ESPÍRITO DE NATAL


Ajudar é preciso, sim, e como é! Uma pena que a maioria das pessoas que se mobilizam para ajudar só o fazem nesta época do ano, perto do Natal. Claro que ainda bem que as pessoas se mobilizam, imagina só se ninguém se comovesse com o espírito de Natal e não abrisse sua carteira ou seu coração para ajudar?! Seria muito pior, sem dúvida.
Acontece que essa época é um momento do ano que as pessoas se solidarizam mais. Deve ser mesmo esse tal “espírito natalino” que ronda o mês do aniversário de Jesus. Não deve ser por acaso.
Tenho visto muitas ações partindo de diversos cantos. Uma campanha aqui no trabalho vai arrecadar brinquedos para crianças moradoras do Complexo do Alemão. A Igreja Nossa Senhora Aparecida, no Cachambi, vai fazer mais uma vez a festa de Natal para famílias de comunidades carentes com a distribuição de presentes para as crianças. O Centro Espírito Amaral Ornelas também está organizando uma festa de Natal nos abrigos que ajuda. E muitas ações estão acontecendo por toda a cidade e por todos os lugares.
Nessa época do ano, lembramos de todos aqueles por quem passamos direto e não olhamos quando andamos nas ruas. Lembramos que, assim como gostamos de conforto e bem estar, outras pessoas que não o que temos também gostariam de ter. Ajudamos pelo simples prazer de ajudar. Abrimos a carteira para comprar alimentos, roupas, brinquedos. Abrimos nossos armários para dar o que não usamos mais. Visitamos abrigos e instituições no intuito de dar um pouco de calor humano aos que estão esquecidos. Pensamos nos animais e nos mobilizamos para ajudar. 
É o espírito de Natal abençoando os corações. É o espírito de Natal nos lembrando que todos temos a essência do bem dentro de nós, independente da vida que cada um leva e do karma que cada um carrega, todos somos bons, todos somos seres humanos.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

NÃO POR ACASO


Eu acredito que as coisas não acontecem por acaso. Pessoas não passam pela nossa vida por acaso, passam porque é importante para as duas que se encontrem, que se relacionem, para melhorar, aprender ou remediar alguma coisa. E, assim como qualquer relacionamento, também acredito que não é por acaso que pessoas se apaixonam e se unem. Quando as almas, enfim, se encontram (ou se reencontram) o universo conspira para que elas se aproximem e completem aquele ciclo necessário.
Quando eu encontrei a Tati pela internet, encontrei mais várias pessoas com quem tentei interação. Não por acaso, ela foi uma das primeiras que me respondeu e se permitiu conversar comigo de uma forma bem aberta e agradável. Com outras pessoas, assuntos fúteis aconteceram e as conversas foram, aos poucos, se diluindo até não ficar mais nenhum interesse em manter contato. Com a Tati, a ansiedade de nos encontrarmos na internet, no mesmo horário, para conversar, só aumentava a cada dia. Não por acaso também, me lembro que quando trocamos telefone, ela me disse que tinha dois números, um número da Tim e um número da Oi. E eu tinha exatamente dois números também, um número da Tim e um número da Oi :-D. Mais uma vez os astros conspirando para que a gente continuasse a aproximação. Foi quase como: “olha, não há motivo para vocês duas não se ligarem hein, faz favor!”.
Eu estava pensando e lembrando disso hoje pois decidimos trocar de operadora de celular. Semana passada fez um ano e dez meses que nossa aproximação foi oficializada como namoro.
Eu agradeço aos astros por saberem o que precisa ser feito. Nos encontramos no momento certo. Passei por todas as decepções amorosas necessárias para meu amadurecimento e para a valorização de mim mesma e do outro. Eu estava pronta, e ela também, para essa união. Que continue prosperando por muito tempo...

ZUMBI DOS PALMARES


Ontem foi comemorado o dia da consciência Negra. Esse dia foi estabelecido por ser o possível dia da morte de Zumbi dos Palmares. Historicamente esse é dia é muito importante, pois Zumbi foi um grande líder negro e um grande representante da raça contra a escravidão e a submissão à coroa portuguesa.
Eu acho que esse dia era para ser não mais um feriado e dia para descansar, mas um dia importante para reflexão e comemoração de todas as conquistas alcançadas pelos negros para se igualarem em direitos aos demais. Penso muitas coisas sobre esse dia. Primeiro, percebo que os próprios negros não sabem quem foi Zumbi ou mal se lembram que dia 20 de novembro é comemorado o dia da consciência negra. Por outro lado, acho que não só os negros deveriam se lembrar e conhecer essa história, mas todos, pois eu acho que todos, com suas diferenças individuais, juntos, formam um só povo.
Sim, eu sofro bullying quando digo que acho que todos deveriam ser tratados igualmente e terem as mesmas oportunidades. Eu acho, por exemplo, um absurdo o sistema de cotas para negros nas universidades. Não existe escola pública primária para todos? Então porque não existe universidade pública para todos? Se não tem para todos, então eu acho que todos deveriam ter educação de qualidade suficiente para passar no vestibular de medicina na UFRJ, por exemplo.
Enfim, direitos e deveres são coisas muitos questionáveis e de várias opiniões. Ainda mais nesse nosso país de tanta diversidade e desigualdade. Mas, voltando ao ponto inicial, o feriado de Zumbi não deveria ser só mais um feriado.
Ouvi um colega comentando hoje que os próprios negros não valorizam esse dia. Em uma determinada comemoração na cidade do Rio (ouvi comentários) tinham um grupo pequeno jogando capoeira, umas duas passistas de escola de samba e mais uma meia dúzia de negros. Ué, achei que grande parte do Rio de Janeiro fosse formada por negros e descendentes! Onde estavam todos?
A conquista de um deveria ser a conquista de todos quando se pensa em uma nação. A vitória de um deveria ser a vitória para todos. E o feriado de Zumbi deveria ser um evento de grande comemoração e não apenas um dia livre para ir à praia.



domingo, 11 de novembro de 2012

FAZENDO ARTE - AGORA COM FOTO

Esse post aqui é a continuação do post FAZENDO ARTE, do dia 25/10, em que eu explico com todos os detalhes o que eu usei e como planejei a "obra" da minha cozinha.


Eu estava esperando terminar toda a "produção" da minha nova cozinha para colocar as fotos. E agora sim, segue abaixo :-)

Bom, quanto às tintas tá lá no outro post. Organizar a cozinha para pintar deu trabalho, colocar fita crepe em todos os cantinhos que não podiam sujar, espalhar jornal, tirar meus bichinhos de lá. Ainda assim, com todo cuidado, eu dei uma sujada no chão e em outros lugares que eu tive que limpar depois, inclusive em mim mesma rs.

Depois da pintura (durou um sábado inteiro) foi bom ver o resultado da cozinha toda branquinha. Para combinar, eu troquei todos os interruptores e tomadas por brancos também, assim ficou igual à parede de azulejo pintada.

 Como eu escrevi no outro post, peguei uma ideia na internet para personalizar com adesivos de azulejos. Escolhi o desenho na internet mesmo, tendo o cuidado para pegar uma imagem com boa resolução. Depois que mandei fazer, trouxe para casa e recortei os quadradinhos. Antes de colar o adesivo, eu prendi cada um com um pedacinho de fita crepe para ver como ficaria antes do definitivo. Depois foi só ir destacando um a um e, com a ajuda de uma espátula de papelão, adesivando toda a área.

E depois disso tudo, posso dizer que economizei um bom dinheiro que gastaria numa obra e estou muito feliz com a minha cozinha nova. Ficou bem do jeito que eu queria e o melhor foi a sensação de ter feito eu mesma. Só demorou mais tempo para ficar pronta por falta de tempo mesmo para me dedicar mas,  sinceramente, achei bem fácil fazer. Ficam aí a foto de dois cantinhos da minha cozinha branca com azulejos portugueses :-)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A CENSURA E O PRECONCEITO


A minha vida é minha vida e só a mim diz respeito. Sim, isso é fato. Mas acontece que sou (todo ser humano é) por natureza, um ser social, vivo em sociedade, trabalho, tenho amigos, tenho família e assim como todos os outros seres no mundo eu sou. Mas como ser único (único no sentido de possuir uma consciência própria e individualizada) tenho minhas opiniões, meus valores, meus gostos, meus desgostos como todo qualquer outro ser no mundo também. Bom, se somos seres com consciências distintas e também somos seres sociais, como conviver com todas essas consciências juntas?!?
São muitas consciências pensando juntas em um mesmo local no espaço. Não dá problema isso não? Sim, dá, muitos problemas. Mas acredito que a solução não é cada um sair por aí matando as outras consciências diferentes da dele, até porque não se pode viver só com a sua consciência, lembrando que somos seres sociais.
Diante dessa filosofia toda estão muitos problemas como a falta de respeito à consciência do outro. A falta de respeito pode ser dirigida para muitos aspectos da consciência alheia como para a religiosidade do outro, o gosto por música do outro, o jeito de se vestir do outro, a cor do outro e a orientação sexual do outro, por exemplo. E é por causa desse último aspecto que eu estou aqui filosofando esse tempo todo.
Cada pessoa, como consciência única que é, tem o direito de pensar o que quiser e de ter o que quiser dentro da sua mente e do seu coração. Mas para a vida social nem sempre o que é pensado ou sentido (gosto de associar o sentir ao coração por mera questão poética, acho suave e ao mesmo tempo forte esse uso romântico) deve ser expressado, por uma questão de respeito às diferentes consciências que convivem juntas e que, teoricamente, desejam viver em plena harmonia.
Fiquei sabendo de uma fato que muito me desagradou e me levou a pensar além. Um fato de preconceito a um aspecto da minha consciência, à minha sexualidade. no ambiente de trabalho, passamos 40 horas em convívio uns com os outros. É inevitável compartilhar aspectos da nossa vida privada. Conversamos, trocamos, mostramos um pouco de nós mesmos o tempo todos. Somos seres humanos não é? Não somos robôs. Carregamos uma carga de afeto própria da nossa espécie. Temos nas nossas mesas de trabalho foto dos filhos, do cachorro do marido, do parceiro, enfim, nos expomos ao mundo pelo simples fato de sermos seres humanos com um nível de consciência que nos move a isso. Como conviver com a censura nesse ambiente. Ora, se todos podem compartilhar, conversar e trocar gostos e opiniões, é justo a censura a uma consciência que seja minoria nesse ambiente? A minoria não significa pior nem melhor, apenas uma minoria. E também não significa diferente dos demais, pois como consciências únicas, somos naturalmente diferentes uns dos outros. Mas e a censura? Porque? Porque expressar a minha opinião diante da beleza de uma pessoa do mesmo sexo que eu é motivo de ofensa a ponto de ser expressa pela outra pessoa? E se eu tivesse expressado minha opinião a respeito do sexo oposto, não seria ofensa? Concluo que a questão está na questão do sexo da pessoa admirada, não na admiração. Mas porque? Me pergunto e me vejo sem resposta. Me questiono porque algumas consciências podem ser expressas e outras devem ser censuradas. Não somos todos diferentes mesmo oras?
Esse tipo de censura que costumamos chamar de preconceito é burro e injusto. Privar algumas pessoas não é justo e não deve ser considerado para uma convivência harmoniosa. O respeito à diversidade que somos sim, deveria prevalecer independente de opinião. Sim, eu tenho diversas opiniões sobre muitas coisas, não estou dizendo o contrário. Mas na hora de expressar é preciso cuidado para não ultrapassar a barreira do respeito que garante a boa convivência. Também não estou falando que devemos ser todos seres falsos que pensam uma coisa e falam outra, não estou pensando nisso, estou apenas pensando em não desrespeitar o outro mesmo. Em um ambiente de trabalho, se eu não gosto de alguém, não finjo gostar, posso ter um ótimo relacionamento profissional mas não preciso levar a pessoas para a minha vida fora do trabalho. Dessa forma eu posso respeitar a pessoa enquanto no mesmo ambiente que eu, mesmo não gostando dela. Não parece tão difícil, parece justo, comigo e para com a pessoa. Acho que é só isso. Ninguém precisa passar por situações de constrangimento, ninguém precisa se sentir ofendido, ninguém precisa ser censurado, as coisas apenas precisam ficar cada uma no seu lugar, tendo o respeito como princípio para que as coisas realmente fiquem em seus lugares.
Infelizmente isso tudo ainda é algo distante no mundo. Infelizmente ainda somos obrigados a vivenciar situações de censura e preconceito. Infelizmente  eu e muitos outros continuamos sendo vítimas da violência psicológica e física das consciências intolerantes. Mas mesmo assim, eu tenho muito ORGULHO da minha consciência.

IMPRESSIONISMO NO CCBB RJ


Cultura é uma coisa que nunca é demais.
Ontem fui ver pela segunda vez a exposição Impressionismo, Paris e a Modernidade. Já tinha visto no CCBB SP mas agora que veio para o Rio, tive o privilégio de ver novamente no CCBB RJ mas com a presença de um guia. Aprendi muito mais sobre Paris, sua história e sobre o Impressionismo. Esse movimento traz uma característica que sempre me chamou a atenção para as obras dos pintores: a quebra com o academicismo, a quebra de paradigmas e o se permitir um novo olhar sobre as coisas. Bastante ousado para a época esse rompimento com a pintura acadêmica e o uso das pinceladas mais soltas, sem os traços rígidos dos movimentos anteriores. O “brincar com o uso das cores” é uma característica bem marcante, pois dependendo da hora do dia, do momento que o sol reflete nas coisas, tem-se a impressão de cores diferentes, sombras diferentes, que permitem uma exploração muito maior do mesmo ambiente.
Algo interessante, e que eu não tinha atentado antes, é o uso do efeito da transparência nas pinturas. A transparência está retratada de diversas formas, seja através da neblina, através da água, fumaça ou tecidos transparentes. É algo que os pintores exploraram bastante naquele momento. Outra informação aprendida é sobre a exploração do movimento das coisas nas pinturas. O movimento aparece em pequenos detalhes, na figura de um relógio, em uma folha de um livro que não chegou a ser totalmente virada, na água, na fumaça, tudo isso dá a impressão de movimento e do instante em que a pintura foi feita. Uma última observação importante, que tem a ver com o rompimento com o existente até então, foi o fato dos pintores retratarem pessoas comuns e não só a burguesia da época. Em muitas pinturas pude observar pessoas trabalhando no campo, pessoas comuns pelas cidades e por diversos lugares.
Essa exposição ainda está organizada por salas que contam uma trajetória da pintura impressionista e da cidade de Paris e da vida das pessoas. Nossa, bom demais!
Tudo bem que tem ficado uma fila danada de gente para ver a exposição, mas vale a pena. As salas são grandes e entram muitas pessoas a cada vez, a fila não está demorando muito.
O CCBB RIO abre de terça à domingo no horário normal de 09 às 21hsJá teve um “viradão” em um final de semana de outubro e nos dias 17 e 18 de novembro acontecerá outro. O Centro Cultural ficará aberto de sábado à domingo à noite permanecendo assim por toda a madrugada! Mais uma chance de aproveitar. :-)
Mais sobre a exposição AQUI




terça-feira, 6 de novembro de 2012

RESENHA CRÍTICA DO FINDE


Como ainda não terminei a “obra” da cozinha por falta de tempo, vou pular essas atualizações e vou para as novas.
Como dia minha noiva, vou lá eu fazer minhas “resenhas críticas” das coisas que ando experimentando. Sim, eu gosto de opinar sobre tudo o que vejo rs.
Bom, não é preciso discutir que São Paulo é o paraíso brasileiro da gastronomia não é? E se não bastasse a comida boa, os paulistanos fazem questão de se preocuparem com todos os detalhes.
Bom atendimento e decoração do ambiente, por exemplo, são pré-requisitos para o funcionamento.
Esse último final de semana voltei ao Restaurante Margherita, no Jardim Paulista. Já havia falado deste lugar aqui, mas vale a pena ressaltar: a pizza de quatro queijos é absurdamente deliciosa!!! O lugar é uma graça, o atendimento muito bom. Chegamos e o lugar estava lotado. Logo pensamos que não iríamos conseguir uma mesa em menos de 2 horas em pé esperando. Que nada. Fomos orientadas e procurar o Alex (o cara da organização da fila!). Sim, Alex foi “o cara”, porque no meio daquela multidão de gente eu já teria me perdido. Nos deu uma senha e ficamos aguardando. “O cara”, tranqüilo e sorridente, atendia todo mundo. Perguntamos se ele tinha idéia de tempo de espera e ele nos disse: “35 minutos”. Marcamos no relógio. “O cara” errou por pouco. Poucos minutos a mais já estávamos na nossa mesa no andar superior fazendo nosso pedido. A Tati preferiu uma pizza de alho e eu fui direto na de quatros queijos. O restaurante é uma graça, bastante aconchegante e bem grande. Vai todo mundo, desde amigos, casais e família. Me senti mesmo foi muito “phyna” quando o sommelier veio até nossa mesa nos dar sugestões de vinho. Dessa vez não bebemos vinho, mas quem sabe na próxima. Ahhh sim, o ponto alto da noite: a pizza! Não tenho palavras, escândalo de boa!
Sábado foi dia de “programação surpresa”, planejada pela minha digníssima. Claro que ela sabia que eu ia adorar e mesmo com as minhas inúmeras tentativas de conseguir alguma pista sobre o lugar, ela se manteve firme e não falou nada. Eu acabei adivinhando por dedução e depois de muito pensar, mas ainda assim ela não confirmou. Então, ela me levou no Khan el Khalili (já aviso, o site é horroroso rs), uma casa de chás e dança do ventre. O lugar é muito legal, totalmente decorado com temas egípcios, cada detalhe pensado, inclusive a música ambiente e a roupa das pessoas que trabalham no local. Lá existem várias salas e nós optamos por ficar em uma sala das almofadas. Sentamos no chão (nas almofadas) bem acomodadas para tomar nosso chá. Existem 3 opções de chás no cardápio, mas pode-se pedir outros tipos de bebidas também. O que a gente (Chá Alexandrino) pediu tinha uma cesta de diversos tipos de pães (farta cesta!), bolo, doce, chá (quente ou gelado, à escolha), quatro tipos de patê, geléia de banana e sorvete. Todos os pães vem embaladinhos individualmente dentro da cesta. A mesinha ficou cheia de tantas coisas gostosas. Entre um gole de chá e uma mordida em um dos pãezinhos as luzes se acenderam e a música ficou mais alta, era a hora da apresentação. A sala que ficamos tinham as mesas nos cantos para deixar o centro para a apresentação. A primeira dançarina entra e ao término da música ela troca de sala e entra outra. Assistimos a dança de cinco dançarinas. Roupas lindas e um misto de alegria e sensualidade na dança. Eu adorei! A dança é muito bonita, a música é alegre e no meio de todo aquele ambiente é quase como se você não estivesse no Brasil. Super vale a pena conhecer esse lugar.
Mais uma boa do final de semana foi o filme Gonzaga, de pai pra filho. Assistimos na sexta-feira e durante o filme ficamos emocionadas (posso falar pela Tati que derramou litros de lágrimas rs). O foco da história é no pai, na sua tragetória de vida e musical. Fala dos conflitos no relacionamento com o filho, Gonzaguinha, mas não aprofunda nos sentimentos do próprio Gonzaguinha. Eu achei o filme muito bom, os atores são ótimos, a música e a fotografia muito boas. Saí do filme empolgada para saber mais da vida do Gonzaga, ouvir mais suas músicas que falam tanto da sua cultura e a da vida do povo nordestino.
Uma péssima do final de semana: o “pior” bolo de chocolate do mundo! Há algum tempo já tinha ouvido falar e visto vender o tal do “melhor bolo de chocolate do mundo”. Trata-se do nome da marca do bolo que induz ao que eles querem: que você compre. Pagamos R$12,50 por uma fatia fina que mais parecia um mousse de chocolate com uma cobertura de calda de sorvete. Doce e enjoativo, fiquei pensando: “será que não se usa mais fazer bolos com aquela massa fofinha?” A massa do bolo é tão fina que se esfarela. O que reina é o recheio que, na minha opinião, nada mais era que apenas mousse de chocolate. Nada demais mesmo. Me senti enganada e fiquei pensando nos tantos bolos deliciosos de chocolates que já comi por aí. Lembrei dos bolos da minha tia Elenice (a boleira da família), das tortas-bolo de chocolate da Lecadô e da Hibisco. Até o bolo de chocolate que a minha mãe faz e que ela insiste em colocar passas (eu não gosto!) é mais gostoso que esse. Sinceramente, me senti muito enganada. Tão enganada que resolvi escrever para o site (sou dessas que reclamam ou elogiam mesmo). Escrevi falando da minha experiência e dando até sugestões de esclarecimentos sobre o nome da marca, mudança do nome ou melhorar a qualidade do produto. Até o momento não tive resposta (isso foi dia 04/11). Se eu tiver resposta publico aqui.