Como administrar o amor? Essa é a pergunta que me tenho feito. O excesso e a falta dele são ruins, o equilíbrio é o ideal porque traz tranquilidade para a mente e para o coração. As barreiras do amor perfeito são muitas, posso citar aqui, por exemplo, os meus defeitos, os defeitos do outro, o ciúme e a saudade.
Hoje eu tenho um relacionamento que me permite amadurecer a cada dia e a me aperfeiçoar sem dor, mas com vontade de ser alguém melhor a cada dia. Nos entendemos, nos ouvimos, cedemos quando necessários, temos liberdade para colocar nossos pontos de vista e sermos respeitadas uma pela outra. Enquanto eu escrevo isso até acho que parece utopia viver um relacionamento assim, mas ele existe.
O ciúme é um sentimento que faz parte da minha natureza de escorpiana e, embora eu já tenha melhorado muito na administração deste, ainda tenho que caminhar. De vez em quando tenho uns ataques de fúria e impulsividade, eu sei, agora pelo menos eu tenho consciência disso, antigamente nem consciência eu tinha.
Agora, desses exemplos que eu dei, vou falar sobre a saudade.
De acordo com as informações na wikipédia, saudade “é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. Saudade, só conhecida em galego e português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim ‘solitas, solitatis’ (solidão), na forma arcaica de ‘soedade, soidade e suidade’ e sob influência de ‘saúde’ e ‘saudar’.”
“Diz a lenda que o termo foi cunhado na época dos Descobrimentos portugueses e do Brasil colônia, quando esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações.”
A saudade para mim tem mais um significado: distância. Distância resume bem o que é saudade para mim, estar longe do que sinto falta. Não ter como ficar perto é extremamente doloroso. Claro que a saudade que eu sinto nunca poderia ser comparada à saudade que os portugueses sentiam na época do descobrimento. Hoje em dia tenho mito mais recursos para amenizar essa falta. Imagino que naquela época eles tinham apenas as boas lembranças nas mentes e no coração. É triste isso. Nos vemos com freqüência, mas não a freqüência que eu gostaria. Gostaria mesmo é de poder matar essa saudade sempre.
Estou escrevendo sobre isso porque esse início de ano já me deixou com muita saudade. Quando eu sofro eu tenho o costume de escrever mais. As palavras são uma das válvulas de escape que eu uso quando a dor aperta. Passamos um início de ano tão bom que a ausência está difícil de administrar. E é sobre isso que eu me referi quando me perguntei “como administrar o amor?”. Na verdade, a melhor pergunta seria “como administrar as barreiras do amor”, sejam elas físicas ou não. Nós temos uma barreira que é a distância e conseqüentemente a saudade, que precisa ser administrada, só não sei muito bem como. Deixo os dias passarem e vou tentando viver intensamente tudo ao meu redor, dou valor para todas as coisas e tento distribuir o mesmo peso para todas as áreas da minha vida. Ah, mas a saudade. Essa danada da saudade não me deixa pensar em outras coisas. Ela é egoísta e quer que eu pense somente nela.
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