segunda-feira, 31 de outubro de 2011

FILME DA VEZ

A Árvore da vida



Para quem gosta de psicologia, este filme é um prato cheio.
Não vou copiar e colar a sinopse aqui porque percebi muito mais do que a sinopse pode dar.
Vamos à minha sinopse e, pretensiosa ou não, minha análise.

A infância de Jack, o mais velho de três filhos da família O'Brien, é narrada por ele mesmo, já adulto. A narração traz um mixto de sentimentos de dualidade: religião x natureza, mãe x pai, bom x mal, exitência de Deus x não existência de Deus, amor x culpa, docilidade x rigidez. E, em meio às lembranças de sua infância, ele se questiona sobre essas dualidades. O filme fala da criação do universo, suas dualidades em comparação com a criação dos filhos.

Logo no início do filme, é lançada uma mensagem de que na vida somos criados visando escolher um caminho: ou o caminho da graça (Deus) ou o caminho da natureza (família). A explicação se dá através de frases retiradas de textos bíblicos que nos diz que a escolha pelo caminho da natureza é uma escolha egoísta, que tende a satisfazer o proprio ego, em que nos vemos numa situação de superar-mos a nós mesmos o tempo todo. A escolha pelo caminho da Graça é um caminho que não é para si próprio mas para todos, esse caminho admite errarmos e sermos injustiçados pelos outros, admite sermos menosprezados pois o objetivo não é a nossa satisfação, mas a satisfação Divina.

As imagens incríveis do filme, imagens da natureza desde a criação dos planetas e várias formas de vida, embasa os questionamentos sobre natureza x Deus. O interessante é que ao mesmo tempo que essas imagens são da natureza do nosso planeta, a perfeição dessa natureza nos induz a crer na existência de algo supremo, na existência de Deus. Aí a dualidade se desfaz.

Essas dualidades aparecem nas dúvidas que surgem da imersão inconsciente de Jack no seu passado, mais especificamente na sua infância, em que ele lembra da sua relação com os irmãos, com o pai, rígido e autoritário, com a mãe, doce e com fortes valores cristãos, e com o irmão que morrera aos 19 anos. Essas questões começam quando Jack, adulto, após ter uma conversa por telefone com seu pai sobre as lembranças que tinha do irmão morto, vê uma árvore ser plantada próximo ao edifício em que trabalha. Enquanto diversas imagens aparecem, ouve-se a voz de Jack se questionando sobre a dualidade das coisas e sobre questões existenciais.

Se pegarmos pelo nome do filme, Árvore da Vida, ainda podemos pensar em mais significados como:
* A árvore da vida se referindo a um conceito cabalísto com a representação do masculino e feminino, bem e mal;
* a árvore da vida como uma das árvores colocadas por Deus no centro do Jardim do Éden, em que a pessoa que comece seus frutos teria a garantia de vida eterna;
* e a árvore da vida filogenética (acho que é este o nome), como uma forma de representação das relações de evolução entre várias espécies de seres vivos.

Acho que esses três conceitos de árvore da vida tem a ver com o filme.


O filme é lindo, cheio de conteúdo simbólico, cheio de dúvidas e ao mesmo tempo cheio de respostas. É um filme para se pensar e refletir sobre diversos valores.

Super recomendo.
E, agora sim, o link para a sinopse oficial: adorocinema.com/aarvoredavida

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