Esses dias eu ouvi meu Gerente Geral falando com outra
funcionária que acha que para entrar na área de Gestão de Pessoas, todos
deveriam ler Paulo Freire para aprender a se colocar no lugar do outro. Quase
que eu perguntei: e vc leu por acaso? É disso que eu falo, o discurso diferente
da ação, a fala é muito bonita e politicamente correta, as pessoas são
hipócritas na medida que falam o que esperam que elas falem, mas na hora de
agir, agem diferente. É disso que eu estou falando, falar uma coisa e fazer
outra.
Hoje deram um jeito de arrumar vaga no estacionamento para o
Superintendente. Mas e se um escriturário pedir será que vão arrumar? Não, não
vão arrumar. E eu pergunto, qual a diferença entre em Superintendente e um
escriturário? Eu não vejo nenhuma. Para mim são pessoas que trabalham na mesma
empresa. Porque eu vejo alguns gerentes se levantarem para cumprimentar o
Superintendente e fingir que não estão vendo o escriturário batendo no vidro,
pedindo atenção? É isso que é Gestão de Pessoas? É isso que é cuidar das
pessoas?
Eu vejo Gerentes darem uma atenção toda especial aos
Analistas e sequer olham para as recepcionistas. É isso que é Gestão de
Pessoas? Porque algumas pessoas possuem “benefícios” ou “privilégios” que
outras pessoas não possuem? Qual a diferença? Não são todas pessoas?
Mais uma vez eu questiono e me coloco em dúvida: será que a
errada sou eu? Será que o mundo é assim mesmo e eu estou inadequada? Eu não
posso ter a pretensão de achar que eu estou certa, pode ser que eu esteja
errada sim e que eu que não esteja me adaptando a tudo isso. Sinceramente, eu
sinto nojo de algumas pessoas e cada dia isso está pior.
Ultimamente tem sido comum me pegar pensando em formas de
dar o fora disso tudo. Dar o fora pode ser qualquer coisa que signifique não
ter que lidar mais com isso. Pode ser que eu esteja fugindo de tentar entender isso tudo, sim, pode ser.
Hoje eu pensei em vender meu apartamento e ir
morar no mato, em uma cidadezinha do interior, longe de tudo. Pensei em aplicar
o dinheiro e tentar consumir o mínimo possível. Pensei em plantar para me
alimentar, pensei em me livrar do computador e dos telefones. Pensei em
consumir o mínimo de energia elétrica, tomar banho de água fria, reaproveitar a
água da chuva. Pensei em alguma forma de depender o menos possível das pessoas.
Pensei em viver comigo mesma e com animais. Animais porque eles sim compreendem
o que os homens não estão conseguindo compreender e talvez porque eu sinta como
eles. Não sei, não estou entendendo as pessoas e sei que elas não me entendem
também.
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